O choque da volta é inevitável. Muitos dizem que é maior que na ida a um outro mundo, um outro país, uma outra cultura. Isso porque, apesar de toda falta que tudo nos faz, da saudade dos amigos, do conforto do lar, da segurança da família e do conhecer dos caminhos, é dificil esquecer da liberdade que a estrada nos proporciona.
A falta de rotina, o dia a dia distinto e desafiante, as rotas, os encontros e despedidas … o desafio do novo, a vontade de ter cada vez mais e mais horizontes a ampliar, uma sensação viciante, que traz uma energia sem igual.
A volta, nos deixa silenciados, estupefados de prazer de conhecer novamente os velhos conhecidos, de ver novamente o tão repetido caminho pra casa, de entrar em seu quarto e ver tudo como deixou. Ou quase tudo. Se pra nós, viajantes, o mundo de volta pra casa parece ter parado no tempo, pra todo o resto do mundo ele continuou andando. E o deslocamento é quase inevitável. Ainda mais sendo uma ex-estudante universitária, uma sem-emprego fixo, acabo perguntando-me: voltar pra que? Por que?
Volto os olhor pro meu universo individual, vejo tantos planos e tantos sonhos a minha frente. E me pergunto denovo: o que? fazer o que?
Viajar, como já antes declarei, é antes de tudo viajar em si, refletir, pensar e repensar em seus passos, em seus destinos, em seus anseios. E isso na volta revolta. Re-volta a ser reflexão. Pensamento constante. O que eu quero fazer? Pra onde quero ir? que horizontes me esperam? Bem, respostas não tenho, mas continuo na busca.
Roberta,
Gostei demais das suas reflexões aqui postadas! Me identifiquei muito com o que escreveu, especialmente agora que estou saindo em viagem.
De certo modo, senti algo parecido quando retornei da Bolívia e sei o que me espera no retorno dessa nova viagem que se inicia.
Beijos do amigo,
Diego Canhada
Fuerza! És que duele salir de la semilla…
Beijão linda!!!