O Teatro Nacional de Brasília estava lotado. Todos os seus lugares pra sentar estavam sentados. Mas quem faz cultura sabe, que pra sentar, o chão ajuda. Afinal, quantas vezes a lotação foi um pouco além do que as cadeiras comportam?
Se a primeira cena da abertura foi uma entrada de vários personagens, entre eles gestores e fazedores de cultura, pernas de pau e também as bem requebradas. Silvana Meirelles, da Comissao Organizadora Nacional, contou um causo: a um ribeirinho lhe foi perguntado pra quê servia a conferencia, ao que o mesmo respondeu, sem dúvidas: “a conferencia serve pra conferir se tá tudo nos conformes”. E com as cordas e a dança de Antonio Nobrega todos vibraram.
Mas aí, como a cultura é mestiça, o palco é de Gog. E ele fala da quebra de distância entre o palácio e o povo, que ele, como convidado a ocupar uma cadeira de notório saber no Conselho Nacional de Políticas Culturais percebe que neste governo houve na cultura o reconhecimento de que o povo pode legislar, discutir, fazer cultura. Porque a cultura é livre e deve ser política de Estado. Tal qual deve ser política nacional a flexibilização dos direitos autorais, porque cultura é livre.
E aí vem o Juca Ferreira, e resolve falar de improviso. E ele fala do reconhecimento da diversidade cultural brasileira, quase comparável a sua diversidade ambiental. Das mazelas de 500 anos de sofrimento de nosso povo, e da grande hora da transformação nacional, estamos entre as maiores economias do mundo. Mas não podemos ter um país rico recheado de bossais. E portanto, a cultura é essencial. Tanto o é, que está entre uma das cinco áreas que receberão parte do dinheiro advindo do Pré-Sal. Petróleo brasileiro finalmente sendo destinado ao povo brasileiro.
A construção da dimensão da cultura não poderia ser vista de dentro de um gabinete, diz o ministro, bem como a cultura não pode ser dirigida de lá. A cultura tem que ser fomentada, mas não direcionada, sendo papel do Estado dar auxílio para os agentes culturais fazerem cultura, o que tem sido feito através dos editais públicos. Mas também, segue Juca, todos devemos buscar aprimorar a excelência cultural brasileira, pois buscamos ser os melhores no que fazemos. E temos uma cultura muito rica que nos permite ser diversos como somos. Pressionado a falar da PEC 150, enrolou um pouco, e falou ao final da suas qualidades, claro, todas desejadas: 2% da verba federal para cultura seria dobrar o que atualmente recebe. Foi aclamado. E a arte voltou pra cena.
A Dilma relembrou que o Brasil sempre teve intensos momentos criativos, e por eles é reconhecido em todo o mundo; e que hoje, estamos nos aproximando de mais um momento exponencial de nossa cultura, o qual está nas mãos daqueles que fazem e promovem a cultura, o Governo dará o suporte e as ferramentas para que aconteça. Veio então Chico César.
Aí veio o Presidente Lula. Descontraído, tranqüilo e muito eloqüente. Como eu nunca havia visto, discorreu sobre a cultura e mais, sobre a comunicação. Se foram mais de cinqüenta conferencias em seu governo, a da comunicação foi histórica. E aí, ele seguiu falando dos temas da comunicação, dentre eles a Banda Larga e da necessidade da sociedade brasileira de democratizar a mídia. E alertou a todos pro período eleitoral e a manipulação das informações. Durante quinze minutos entre brincadeiras e um papo sério, o Presidente Lula mostrou como cativa seu povo, e o porque é um dos transformadores do Brasil atual.