As ruas de Belém do Pará são tomadas por barraquinhas, tabuleiros, cadeiras, araras. Qualquer canto serve para alguém vender algo. E todo mundo vende alguma coisa. E tudo se vende.
Nunca vi uma cidade tão cheia de coisas. As ruas são realmente tomadas pelo comércio. Muitas ruas não servem a carros, somente aos passantes que são assolados a todo momento por alguma promoção.
Isso é entendível quando se pensa em que região estamos. Na Foz do Rio Amazonas, um delta que liga muitos lugares, um ponto de chegada e saída de mercadorias, coisa que começou por aqui por volta de 1600. Antigo hábito de negociar.
Mas, pelo contrário, não acho que os paraenses são consumistas. Parecem certos do que precisam e compram. Aliás, a pior coisa no comércio aqui é pesquisar preços. Os paraenses fazem promoção, desconto, dão brindes. Mas querem que você leve logo.
Isso me fez pensar na negociação. Coisa que a muito não se vê em alguns lugares, em outros é mais do que preciso. Porque alguns pensam que o preço já está posto e não devem barganhar? Se em princípio é uma questão de oferta e procura, não somente a oferta que deve determinar o que a procura quer e pode ter. O lucro não é certo, ele varia, conforme o comprador, as demandas, a procura no mercado.
Barganhar é preciso, envergonhar-se não é preciso! O preço é justo quando ambos querem e podem com ele.