uma outra Economia acontece

O grande tema do FSM2009 inevitavelmente seria a Economia. Mas para além da crise financeira, pudemos ver muitos debates a respeito das possibilidades de mudança, e a grande oportunidade que temos a nossa frente para isso, com uma luz brilhando em direçao da Economia Solidária.

Diversos painéis foram a respeito deste tema, bem como havia uma grande Feira de Economia Solidária no campo de evento. Além de diversos representantes da ecosol do Brasil e do mundo, pude presenciar o Encontro Internacional de Economia Solidária, com a presença de Paul Singer.

Ele representa hoje o maior pensador deste tema no Brasil, trabalha teorica e praticamente a 13 anos com esta linha de ação, e nos mostra como podemos ser simples, concisos e claros a respeito de uma idéia tão completa de mudança social/cultural/política.

Para os que não sabem ainda do que se trata, a Economia Solidária é uma forma atual de cooperação, autogestão e articulação em redes para uma nova economia, baseada na solidariedade entre os participantes, na consciencia de que a economia é parte do elo social, da cultura de um povo, preocupada com a ecologia, a democracia entre seus participantes e com o equilíbrio social.

Hoje são 22mil empreendimentos cadastrados no país, com 2 a 3 milhões de pessoas integradas nesta rede. O Sistema Nacional de Economia Solidária tem trabalhado bastante para ter dados quantitativos e qualitativos a respeito e acompanhamento.

Na mesa de debates, Carlos Bedoria foi mais radical. Peruano, defendeu que os povos latinos devem lutar por recuperar seus recursos financeiros, naturais e culturais. Ainda, ressaltou que este é o momento propício para o desenvolvimento social desta região, ampliando as finanças solidárias através da UNASUR.

As finanças solidárias são uma nova visão de que mesmo no sistema financeiro nao podemos nos esquecer da sociedade e das pessoas que participam dele. Pra que lucros absolutamente altos e escravização das pessoas? Se é possivel equilibrarmos os ganhos dos dois lados, quando nos desvinculamos dos grandes oligopólios e analisamos melhor a estrutura social, isso é possivel. Foi assim que Mohammed Yunus criou o Grameen Bank em Bangladesh e tem mudado a realidade de país tão sofrido.

Bedoria ainda enfatizou que estamos atravessando uma crise de sustentabilidade social, na qual a esfera produtiva se sobressai à reprodutiva, deixando que a sociedade não se preocupe com o bem-viver de seus membros, da reprodução da vida diária das mulheres e da sociedade como um todo.

Um outro estudioso do Egito (membro da APSO – Afro-Asian people solidarian organization) pautou esta crise como a crise dos 3F (food, fuel, financial). Isso explica bem a atual conjuntura internacional, na qual guerras são travadas por um ou mais destes itens, e onde vemos a sociedade carente de tantos recursos em alguns lugares ao mesmo tempo em que podemos ver um sistema falho e em decadencia.

entao, todos devemos pensar no CONSUMO que temos, pra estarmos conscientes de apoiar um ou outro desenvolvimento. Por isso eu sempre digo: não compre verduras no Wall Mart! vá às Feiras Locais, ao verdureiro !! é mais legal, social e economico ! voce acaba conhecendo a vizinhança e se sentindo parte de algo maior, a sociedade humana da qual todos deveriamos ser membros.

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Belém do Pará

Uma cidade amazônica. Uma cidade rodeada de rios enormes, usados para alimentação, transporte e diversão.Povo caloroso. Quente (45°) e com chuvas diárias no mesmo horário, por isso a tradição de combinar para “depois da chuva”, refrescante.

A UFRA é uma universidade rural enorme, muito grande mesmo. Tem cerca de 14km só de margem com o rio. Aqui é o Alojamento da Juventude e acontece muita festa. De barco, em 15min chegamos a UFPA, onde acontecem a maioria dos debates.

O mercado Ver-o-Peso é tradicional e muito antigo. Seu pavilhão velho guarda surpresas regionais, como essencias e muitas ervas da floresta. O povo é muito tradicionalista e se liga muito nestes conhecimentos tradicionais. A parte nova é feita de barracas permanentes, onde se encontram muitas comidas típicas, como o Dourado com Açaí (que eu já provei, é bem diferente, pois o açaĩ não é adoçado como comemos pelo PR, mas é bem energético).

A cultura Indigena está muito presentes, tanto nas comidas, no artesanato, nas ruas!

Sei que foi pelo FSM, mas esses dias peguei um onibus que se encheu com 40 indios! todos com Cocar e muito bem enfeitados para a Abertura do FSM .. que eu deixo para outra hora !! fotos em breve

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FSM :: um outro mundo

não sei ainda se outro realmente pode acontecer para todos, mas com certeza alguns estão se esforçando pra isso. Por aqui, podemos perceber a interação cultural/social/política de diversos povos e culturas, tanto do Brasil quanto internacionais.

Uma grande crítica está sendo feita a muitos que estão aqui unicamente pela bagunça, pelo encontro, pela festa. Uma amiga me contou que viu uma moça “derrubar” sua garrafinha de água, ao entregá-la a moça novamente, ela se surpreendeu, e disse que não havia a derrubado, e sim jogado fora. Sim, aqui vemos alguns absurdos como este, pessoas que estão no maior encontro em prol de um outro mundo e vivem de forma atrasada e sem pensar em suas ações.

Mas ao mesmo tempo estou tendo uma experiencia única, para além do FSM, na Aldeia da Paz !! uma aldeia feita por movimentos como Permacultura, agroecologia, pessoas ligadas a energias da Terra e das pessoas, uma comunidade que se ajuda, que busca interagir com o espaço e desenvolver-se armonicamente. É como se ali vivesse um mundo diferente, o qual debatemos e discutimos em todos os espaços. É fantástico ver a cada dia a vila melhorar, construir-se e ajudar-se.Tudo é colaborativo e auto-gestionado. Realmente uma coisa única. Se o Zeitgeist propõem uma nova sociedade, é por estas comunidades que vemos que começará.

Na Aldeia tem um senhor que nasceu em uma delas, e vive desta forma a mais de 40 anos no México. Um grande mestre. O mesmo é a comparação com os kibuts de Israel e tantas outras comunidades autogestionadas e colaborativas que pipocam pelo mundo. Este seria o caminho para sair da babilonia e começar a viver como uma sociedade realmente ? Tem uma outra mulher que mora em SP em um prédio assim … realmente pode acontecer !!

Também foi criada uma Produtora Cultural Colaborativa na Aldeia, estamos com uma Rádio aqui no FSM e também produzindo para a net, além de gravar a produção dos artistas dali. visitem o site deles http://aldeiadapaz.net/nsite/

em breve, posto fotos do local pra todos conhecerem um pouco ..

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Salvador, BA

sumiu?

sumiu?

aqui tudo fica meio grudento

O calor de mais de 45° faz do protetor e do chapéu indispensáveis. O ardor do sol só é amenizado pelo frescor da brisa forte que dura o dia todo.
Ao anoitecer, o frescor da noite estrelada e iluminada pela lua, aflora vida na cidade. Diversos grupos se juntam, por todos os lados, para tomar uma cerveja gelada com o acompanhamento sonoro que mais gostam.

Pelo contrário do que comumente se pensa, os baianos não ouvem só samba e axé.
Alguns deles até se incomodam com esta generalização. Nas ruas e ladeiras, se ouve muito reggae e músicas regionais, uma rica mistura entre batucada, instrumentos de sobro, violas e muita animação.

calangos e baianos
O clima desértico e ao mesmo tempo rico em diversidade de espécies revela que estamos em direta conexão com a natureza local. Além do constante perigo de alguma manga rosa cair em sua cabeça das várias manguerias que por aqui se espalham, insetos e pássaros estão em abundância a nossa volta.
Mas a região mostra suas características mesmo é nos calangos. Pequenos lagartos, passeiam ao sol buscando primeiro se esquentar, depois se refrescar nas verdes folhas. Engraçado mesmo é ficar observando como de vez em quando eles param, e chacoalham a cabeça seguidamente. Mas melhor ainda é a resposta do porque disto de um legítimo baiano: eles estão dançando.
Sim, aqui tudo acaba em música. E muito boa. A mistura é forte, e contínuamente construída. A Universidade da Bahia reflete isto, são cinco variações nos cursos de música, que vão de instrumentos a composição.
Os bahianos em geral apreciam muito. Por vezes ouvi conversas de locais falando sobre rítmos e musicalidade. Sempre dançando, só posso imaginar que tanta força vem da constante necessidade de andar ladeiras acima, e abaixo.

Encontros e Culturas

Participar da Bienal de Cultura da UNE novamente é uma constante diversidade cultural e social. São delegações do país inteiro em um mesmo alojamento, a Escola Parque de Salvador. Uma escola modelo, o brilho dos olhos do povo daqui, tem um enorme espaço destinado a educação plural das crianças daqui. Desde espaços pra música, teatro, esportes e muita interação com a natureza.
A expectativa é grande para a abertura, hoje à noite com a participação do Cordel do Fogo Encantado, tocando depois de um grande arrastão cultural pelas ruas do Pelourinho. Mas esta apresentação reflete a busca de muitos aqui de mostrar a cultura brasileira com o que tem de melhor: a mistura.
A cada momento é possível deparar-se com delegações de estados diversos se unindo para fazer um som diferente. São Pernambucanos com Gauchos, Baianos com Paulistas, Cearenses com Gauchos e muito mais.
Para além da música, as pessoas aqui estão prontas para dialogar, aproximar, debater e perceber a grandesa de nossa cultura e de nossas terras. Mas a festa não ve fronteiras, e a integração é enorme.

o Pelourinho
Centro Histórico da cidade, é também rica área cultural. Em suas várias ruelas descobre-se caminhos para pequenas praças, nas quais a música e a festa tomam conta da diversão. De ensaios do Olodum até reggae de raiz com muitos velhos presentes.
A cultura está também no artesanato local. Muitas coisas de tribos indígenas, milhares de sementes diversas e muitos quadros de artistas locais. Nestas ruas muitos encontros são alegres, como os que o Poeta das Flores, há 10 anos proporciona nas ruelas de paralelepípedos.
Também por ali se ve muita arquitetura do tempo do Império Brasileiro, e muitos museus representam este mesmo tempo. Porém não consegui conhecer nenhum, a maioria deles passa por reformas.
No domingo o Pelourinho tem mais turistas que locais. Estes só estão presentes na tentativa de fazer dinheiro, e eles fazem dinheiro de tudo. As Fitinhas do Senhor do Bomfim são como iscas, para chamar a atenção dos turistas a verem seus produtos. Muitos colares de sementes e mais artezanato.
Ao ser abordado por um baiano, voce sabe que lá vem história. Um velho senhor se aproximou de mim querendo me vender colares de sementes de pau-brasil. Mesmo com meu primeiro desinteresse, ele aprofundou-se no papo: queria vender as primeiras peças pra logo tomar um rabo de galo. Melhor já começar com algo forte. O bom é que os baianos sagazes vendedores, fazem tudo para vender, e com isso agente sempre se dá bem nas negociações, nisto eles não são muito bons. Eu acabei comprando dois colares por R$10, e deixei ele feliz que iria tomar a primeira dose.

Ali sempre há apresentações, no entardecer está tendo um projeto de Luz e Som, lindo! Na praça, a estrutura sonora é bem distribuida, o que faz parecer que realmente os seis prédios que circundam a praça estão conversando sobre a história das lutas raciais que aqui se travaram. As imagens completam o quadro, projetadas nas paredes dos edifícios, são reinvindicatórias e histórias, muitas figuras negras. Lázaro Ramos é uma das vozes, o que caracteriza bastante a produção.

A cerveja aqui é muito barata. Assim como o acaraje e a agua de coco. Com dois reais se compra um latão de nova skin, e os baianos gostam mesmo deste líquido sagrado. nós também adoramos, com tanto calor é o que salva.

crenças
Os baianos são muito superticiosos. Mas as fitinhas do Senhor do Bomfim estão mais nas mãos dos turistas do que nas deles.
A lavagem das escadarias do Bomfim foram, infelizmente, um dia antes de nossa chegada, mas ainda se vê por lá milhares de fitinhas amarradas em suas grades, um espetáculo de cores flamulando no vento. A Igreja do Bomfim fica em uma área bonita da cidade, é a baia.
Aqui também se vê muitos fortes, resultado da história de invações holandesas na região.

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uma viagem por muitos campos

dois dias percorrendo os verdes campos brasileiros nos mostram o tamanho da diversidade de nossas terras. Do nascer do sol avermelhado visto de dentro das janelas dos engarrafados motoristas, passando por vastos campos mineiros e chegando em sua capital, a bela BH. Ao entrar na Bahia, já se sente o calor da terrinha. Um estado tão vasto e com uma vegetação tão distinta, em alguns pontos se formam grandes fazendas de cactos, estamos em terras áridas e muito ricas. Doces mangas enchem nossos dentes de fiapos e nos ameaçam as cabeças, mas também nos dão muita sombra, estramente necessária neste calor de 45°.

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Documentário crucial para entender nossos tempos!

Zeitgeist – documentário sobre nossos tempos

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Planejando o começo .. pra por o pé na estrada

Este começo de Ano veio cheio de novidades. Além de ser o começo de uma nova fase, na qual eu deixo de ser universitária (de uma vez por todas) e começo a buscar novos caminhos para minha formação, para minha informação e para minha diversão! é um começo de ano cheio de novas possibilidades! o que propulsiona minha imaginação e minha vontade de me jogar de cabeça nos novos tempos!

É um começo de ano ainda mais peculiar: meu querido Nazen está no Iran em uma experiência da qual não tenho palavras, nem conhecimento pra descrever (www.nazen.tk). Mas as experiencias não param por aí. Eu também irei em busca do novo, do desconhecido e imaginado.

Estou planejando e em breve começarei uma jornada, em busca de Abrir novos horizontes na América. Um longo caminho percorrerei pelo Brasil, até a antiga capital Salvador e depois para uma grande experiencia no Fórum Social Mundial em Belém do Pará.

Depois disso, começa minha jornada pela parte Latina do continente: rumo à Venezuela e à Ilha de Cuba. Essa escolha se deu pela proximidade entre ambas as nações, o que facilita a entrada e alivia nos valores pra ir até a ilha de Fidel. Este é o mês do 50º aniversário da Revolução Cubana, e grandes transformações estão sendo feitas no governo de Raul Fidel.

Em busca de descobertas, preparo minha bagagem na esperança de ver o novo e o velho. De buscar alternativas de mudança para a sociedade pós-capitalista, que não pode retroceder para o comunismo cubano, que também está em busca de mudanças.

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Olá, mundo!

Soylocoporti.org.br é o mais novo blog da comunidade Soylocoporti.

Seja bem vindo a rede.

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